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Entenda como a nutrição atua no tratamento de doenças autoimunes

Somente nos Estados Unidos, estima-se que mais de 50 milhões de pessoas sofram de doenças autoimunes. Uma das explicações aceitas para a elevada prevalência desse tipo de enfermidade – que triplicou nos últimos 50 anos – é o estresse contemporâneo, além da adoção de dietas pobres em nutrientes. E é sobre isso que iremos falar neste artigo: a relação entre nutrição e o desenvolvimento de doenças autoimunes. 

O que é uma doença autoimune?

Existem mais de 100 tipos de enfermidades associadas ao descontrole do sistema imunológico. Elas podem se manifestar como alterações brandas ou graves para a saúde do paciente. Dizemos que é autoimune quando o organismo luta contra si mesmo. A função do sistema imunológico é defender o corpo contra organismos invasores, como vírus e bactérias.

As células de defesa do organismo sabem identificar e destruir esses organismos, para preservar a saúde. Uma vez que o sistema imunológico está alterado, como no caso em que esteja enfraquecido, temos um indivíduo desprotegido e com grandes chances de desenvolver doenças, como gripes frequentes, para ficarmos apenas em um exemplo simples.

O contrário do organismo enfraquecido é o sistema imunológico facilmente excitável pela presença de determinados elementos, como produtos químicos, toxinas do meio ambiente, ou mesmo determinadas substâncias presentes nos alimentos. Neste estado, o sistema imunológico é “ativado” facilmente, provocando uma batalha interna entre as células de defesa e células importantes para o funcionamento normal de determinados órgãos. Quando isso ocorre, temos as doenças autoimunes. 

Um exemplo mais claro é o diabetes. No diabetes tipo 1, por exemplo, a criança já nasce com o sistema imunológico alterado. A doença ocorre devido à reação do sistema imune, que ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção da insulina. 

Sem este hormônio no organismo, o corpo não consegue fazer a quebra da glicose (presente em doces e massas) em um tipo de açúcar menor, para ser digerido mais facilmente no intestino. O excesso de glicose no organismo causa problemas em diversos órgãos, como rins, coração, olhos, pele, dentre outros. 

Já o diabetes tipo 2 é desenvolvido ao longo da vida, devido aos fatores ligados à má alimentação, alcoolismo e sedentarismo. O histórico familiar também pode estar ligado ao desenvolvimento deste tipo de diabetes. A doença causa os mesmos problemas do primeiro caso. 

Este foi apenas um exemplo sobre como age o sistema imunológico alterado por uma doença autoimune. No entanto, existem diversas outras enfermidades classificadas nessa categoria. Veja alguns tipos mais comuns:

  • alopécia areata;
  • arterite temporal;
  • artrite reumatoide;
  • colite ulcerativa;
  • doença celíaca;
  • doença de crohn;
  • esclerose múltipla;
  • espondilite anquilosante;
  • lúpus eritematoso;
  • polimialgia reumática;
  • psoríase;
  • síndrome de Sjögren;
  • tireoidite de Hashimoto;
  • vasculite;
  • vitiligo, dentre outras.

Qual a relação entre nutrição e doença autoimune?

As doenças autoimunes estão associadas às alterações genéticas e ambientais, como dissemos acima. No entanto, ainda não existem evidências comprovadamente fortes que explicariam alterações genéticas responsáveis pelo desenvolvimento dessas doenças. 

Portanto, existe uma forte crença de que fatores ambientais estejam entre as principais causas das doenças autoimunes, principalmente aquelas ligadas às constantes mudanças no comportamento contemporâneo, como o excesso de higiene e a poluição atmosférica. Além desses fatores, a permeabilidade da parede intestinal tem sido muito ligada ao desenvolvimento das alterações da resposta imunológica.

O que seria permeabilidade intestinal? A parede do intestino é responsável por regular a passagem dos nutrientes dos alimentos para a corrente sanguínea. Quando em funcionamento normal, as paredes intestinais filtram apenas aquilo que fará bem ao organismo, barrando toxinas e demais impurezas para fora do corpo.

Acontece que alguns elementos da alimentação moderna desequilibram este trabalho e causam a síndrome da permeabilidade intestinal, que é quando a barreira da parede do intestino é rompida. 

O que causaria isso? Proteínas de origem não imunológica (lectinas), contidas em praticamente todos os alimentos industrializados. O glúten é uma das principais proteínas desse tipo.

Com essa proteção rompida, outras partículas prejudiciais para a saúde passam pelo filtro da parede intestinal facilmente, entrando na corrente sanguínea. Uma vez no sangue, o sistema imunológico identifica a presença de substâncias estranhas no organismo e o corpo começa a combatê-las.

Como as lectinas são proteínas que conseguem “enganar” o corpo, devido à sua composição química muito semelhante às proteínas naturais do organismo, o sistema imunológico começa a atacar as próprias células. Quando isso acontece, temos a doença autoimune.

Portanto, é extremamente importante eliminar os alimentos que causam irritabilidade do intestino. Cada pessoa pode ter um alimento específico, responsável por irritações e por danificar o organismo. Exemplos são pessoas com alergias à lactose, ao glúten (doença celíaca), dentre outros. 

É importante consultar um especialista e seguir as recomendações corretas de nutrição, apropriadas para cada caso. Assim, você evitará o desenvolvimento de doenças graves e que irão comprometer a sua saúde para o resto da vida. 


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